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Você pode estar usando o oxigênio da maneira errada!

O oxigênio é conhecido como o gás da vida. Mas será que quanto mais melhor? A resposta é NÃO! Tudo que é demais sobra, e tudo que sobra vai para o lixo. Em relação ao oxigênio, além de sobrar, ainda causa uma série de danos. Se você está usando para todo e qualquer paciente que chega no seu serviço, você está fazendo muito mal a ele.

Mas, então, porque quase todo mundo que está no CTI ou na emergência acaba ganhando alguma forma de suplementação de oxigênio? Hábito! Sabe daqueles que a gente não questiona por que faz? Então! Ao colocar o oxigênio, seja na forma de cateter ou máscara, há a sensação de que o paciente irá respirar melhor e ficar mais confortável! Só tenho uma coisa a dizer: oxigênio não é chupeta! Não acalma, não organiza e não traz para o centro!

Oxigênio é um recurso valioso, mas deve ser usado se, e somente se, o paciente possuir sinais de hipoxemia. O principal deles, facilmente percebido, é a saturação periférica de oxigênio (SpO2). Isso mesmo, aquela que você mede com o oxímetro. Rápido, fácil, indolor e vai te mostrar se as hemácias estão totalmente carregadas de oxigênio ou não. Lembrando: é a hemoglobina, proteína localizada na hemácia, a principal responsável por transportar oxigênio para o tecido.
Todas as recomendações atuais nos informam que devemos assegurar uma SpO2 entre 92-96% e ainda considerar que pacientes hipoxêmicos crônicos, como os aqueles com DPOC, podem ter uma SpO2 de base mais baixa e, nesse caso, sem necessidade de suplementação.

Então, vem comigo. Adianta dar mais oxigênio se as hemácias estiverem completamente carregadas? Não! Se a SpO2 estiver dentro desse alvo que falamos acima, não precisamos suplementar oxigênio. Para atingir uma SpO2 em torno de 89%, precisamos garantir uma quantidade de oxigênio dissolvido no plasma acima de 60 mmHg. Com 104 mmHg temos uma SpO2 98%. Esse oxigênio dissolvido no sangue, chamamos de PaO2, que é medida da gasometria arterial.

Porém, o que realmente incomoda nessa questão da suplementação de oxigênio é que o nosso corpo tem estratégias para lidar com a hipóxia como, por exemplo, o aumento do débito cardíaco, aumento da extração de oxigênio, aumento da ventilação, dentre outros. Porém, você sabia que nosso corpo não sabe lidar com a hiperóxia (aumento da quantidade de oxigênio além do fisiológico). E daí? Se liga em algum das consequências da hiperóxia:

  • Destruição dos pneumócitos I
  • Aumento do edema inflamatório
  • Atelectasia de absorção
  • Lesão endotelial
  • Diminuição da capacidade vital
  • Diminuição da complacência
  • Diminuição da difusão
  • Formação de fibrose

Só essa listinha de prejuízos acima, já é uma excelente razão para você evitar a todo custo causar hiperóxia no seu paciente. Além disso, nem toda hipoxemia é resolvida com suplementação de oxigênio, mas isso é papo para um outro dia!

Se liga nesse artigo que é uma referência sobre o assunto!

SCHJØRRING, Olav L. et al. Lower or higher oxygenation targets for acute hypoxemic respiratory failure. New England Journal of Medicine, v. 384, n. 14, p. 1301-1311, 2021. Acesse pelo link: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa2032510

Traumatismo Cranioencefálico

O traumatismo cranio encefálico (TCE) é definido como qualquer lesão do crânio e do encéfalo. Ela pode ser por causas Primárias (eventos mecânicos, como forças de aceleração, desaceleração, rotacionais, penetrantes e contusas que ocorrem no momento do impacto) ou Secundárias (podem ocorrer do momento do evento inicial até minutos, horas e até dias depois da lesão primária).

O Exame Físico envolve basicamente o ATLS, porém devemos sempre ficar atentos ao:

– Reflexo Pupilar
– Piramidalismo
– Evidência de fratura de base de crânio (Sinal do Guaxinim e Sinal de Battle)
– Rino/Otorréia de líquor
– Otorragia

CLASSIFICAÇÃO

glasgow

O máximo da pontuação é 15 pontos e o mínimo é 3.

TCE Leve – 13 a 15
TCE Moderado – 9 a 12
TCE Grave – 3 a 8

Se liga no Bizu (1): Não se aplica a Escala de Coma de Glasgow para pacientes sedados. Mais informações no nosso post Glasgow x Ramsay x RASS

Se liga no Bizu (2): Episódio de Hipotensão dobra a gravidade

TIPOS

Fraturas da Base do crânio – é uma fratura linear que se estende à fossa craniana anterior, média ou posterior da base do crânio. É difícil de visualizar em TC e Rx Simples, sendo o diagnóstico clínico! É caracterizada por equimose periorbitária bilateral (Sinal do Guaxinim), rinorréia, equimose sobre o processo mastóide atrás da orelha (Sinal de Battle) e otorréia.

Hematoma Subdural – hematoma intracraniano traumático mais comum e se origina de sangramento venoso causado por laceração de veias-ponte no espaço subdural entre a dura e adacnóide.

Hematoma Epidural – causado por sangramento arterial no espaço epidural entre o crânio e a duramáter, associa-se à fraturas do osso temporal, causando laceração da artéria meníngea média. O sangue arterial rapidamente se acumula, e os pacientes podem deteriorar rapidamente (é o “conversar e morrer”). Não causada por lesões venosas.

Hematoma Intracerebral – as hemorragias intraparenquimatosas são incomuns em trauma craniano não penetrante. Contusões cerebrais que estejam aumentando de volume podem coalescer e formar francos coágulos intraparenqiuimatosos que necessitam de cirurgia.

Síndrome da herniação – desvio do tecido cerebral para a área anormal e é secundária a diferenciais de PIC. A herniação uncal é quando temos o unco do lobo temporal herniando entre o tronco cerebral e a borda tentorial. Haverá redução da consciência por compressão da formação reticular no TE, pupila ipsolateral dilatada por compressao do III par de nervos cranianos e hemiplegia contralateral por compressão direta do pedúnculo cerebral.

DIAGNÓSTICO

a) Indicação de TC:
– Glasgow < 15
– Paciente alcoolizado ou drogado
– Perda objetiva da consciência
– Evolui com mudanças do Glasgow, cefaléia progressiva e/ou vômitos inexplicáveis
– Cefaléia refratária ou de difícil controle
– Vômito em jato ( não precedido de náuseas)
– Se houverem critérios de gravidade para o acidente
– Se houver fratura de crânio no Rx simples
– Se houver otorragia, oto e/ou rinoliquorréia
– Apresentar um déficit neurológico central, crise convulsiva, sinal de Battle e/ou do Guaxinim

b) RNM
– Déficit neurológico e se a TC for inocente

TRATAMENTO

– Vias aéreas/respiração – manter via aérea aberta, desobstruindo-a e garantindo oxigenação.
– Circulação – controlar hemorragias externas, manter volemia do paciente. Se houver choque hipovolêmico fazer reposição intra-venosa agressiva de volume.
– Controle da PIC
– Sedação
– Controle da glicemia e temperatura
– Hiperventilação
– Craniotomia Descompressiva (para evitar herniação)

H1N1 – Protocolo e Relato de Experiência

Amplamente noticiado pela mídia o surto de H1N1 é uma realidade que tem lotado as emergências de São Paulo.

Por esse motivo, preparamos um combo de informações. Dentre essas informações, temos o Protocolo de Tratamento de Influenza – 2015, elaborado pelo Ministério da Saúde falando sobre o diagnóstico, diferenciação e manejo clínico.

Trouxemos também um relato de experiência da Revista de Epidemiologia e Controle de Infecção de 2016 falando sobre o tema que ressalta a falta de treinamento dos profissionais sobre o assunto, inclusive sobre medidas de proteção individual.

Vale a pena conferir e se manter informado. 😉

PROTOCOLO DE TRATAMENTO DE INFLUENZA

RELATO DE EXPERIÊNCIA – A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO QUANTO AO VÍRUS DA INFLUENZA A (H1N1): RELATO DE EXPERIÊNCIA

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